sexta-feira, 19 de setembro de 2014

pequeno principe

Nossa, há quanto tempo... Como vão as coisas no seu pequeno planeta? Aqui, no meu, andam imensamente estranhas – muito baobá para pouca flor, se é que você entende meus simbolismos.
Quem sempre fala de você é aquela ex-miss que vivia chorando por sua causa, lembra? Ela me contou da sua amizade com a Raposa.
Príncipe, como você é meu amigo de infância, não posso deixar de alertá-lo. Cuidado com a Raposa. Ela parece uma coisa, mas é outra. Faz-se de fofa e é uma cobra, uma chantagista.
Quando a conheci, ela disse que não podia conversar comigo, pois não sabia quem eu era. “A gente s conhece bem as coisas que cativou”, ela falou, toda insinuante.
Respondi que, se nós duas nos cativássemos, ela ficaria triste quando eu fosse embora. Foi quando saquei que ela queria ter um cacho comigo, pois a Raposa pegou no meu cabelo – eu estava loira na época – e disse que tudo bem, porque ela olharia os campos de trigo e se lembraria de mim.
Marcamos um encontro para o dia seguinte, às 4. E ela me pediu para chegar às 4 em ponto, dessa forma ela ficaria feliz desde as 3 somente por esperar o momento do nosso encontro. Achei estranho, mas pensei que fosse charme. Não era.
Cheguei 15 minutos atrasada e a Raposa surtou. Falou que nós somos eternamente responsáveis por aquilo que cativamos. E perguntou para mim, olhando diretamente nos meus olhos, se eu tinha consciência de que “perder tempo” com o outro é o que faz essa história importante.
Percebeu o tom de chantagem? Ela joga na cara tudo o que faz em nome do outro. Ela deseja afeto, mas o quer como uma responsabilidade de mão única. Porém, também somos responsáveis quando nos deixamos cativar – relacionamentos são vias de mão dupla.
A Raposa exige a certeza de um compromisso com hora marcada, impondo regras à troca afetiva. As regras dela, claro, já que ela quer todo o afeto a favor de seu bem-estar. Chega a ponto de dizer que será feliz porque você virá. Como se a felicidade fosse algo condicionado ao outro, à espera do outro, ao encontro com o outro.
Veja que coisa infantil. São as crianças que precisam de horários certinhos e de associar suas emoções às pessoas com quem se relacionam. Sentindo prazer ou desprazer diante da ausência ou presença da mãe ou do pai ou de quem quer que seja. Na criança, ainda não há um universo interior, entendeu? Quando nós crescemos, temos de conseguir ver o mundo através das próprias perspectivas. Enxergar a beleza de um trigal sem nos lembrar de ninguém.
A Raposa, como uma criança assustada, quer que aqueles que a amam estejam com ela na hora em que ela deseja. Achando que eles são “responsáveis” pela felicidade dela. Ou seja, o outro lhe deve algo por tê-la cativado.
Desde esse dia, não falo mais com ela. E aconselho você a fazer o mesmo. Ela não é flor que se cheire.

Saudades distantes,

hoje é dia do amor

 Hoje é dia.  
Quando a ponta dos dedos dele brota dos meus lábios molhados,
 desliza e pára no furinho do queixo fazendo a voltinha sutil rumo ao pescoço, e ele me olha e tortura, quando o dedo médio tilinta feito um esquiador concentrado antes de descer a montanha e, entre suspiros, o indicador, o anelar e a ponta das unhas deixam rastros de arrepio nos meus mamilos, quando após voltas e voltas e intumescências, entre obstáculos de suor e o umbigo finalmente os dedos chegam no rio que deságua em mim, devia ter um dia em homenagem a isso.
‘Quando a destreza daquele homem maduro comanda o meu ritmo,
 me diz aí, por que não criaram um dia para celebrar tal acontecimento?
Quando a língua morna e macia me lambe e descobre entrâncias, quando tudo o que vejo é o cabelo moreno dele confundindo-se com meus pelos, testa colada ao púbis, e tudo o que ouço são estalos esfomeados, talvez sedentos, da boca que se sacia nos lábios incapazes de beijar, mas que são beijados, quando os olhos dele erguem-se sobre o ventre e, subitamente encontram os meus e estremeço,
 devia ter um dia pra isso.
 
Quando ele vem e não pára de vir, e tenta entrar e fujo, quando o meu riso se solta e o desejo dele se prende e me pertence, quando ele levanta de onde está e, erguido, me rege como um maestro, batuta na mão, quando corro nua pela sala, fêmea no cio, e o cheiro das velas de patchouli mescla-se aos aromas ferormônicos, quando as sombras dançam nas paredes e dançamos descalços, eu enlaçada, ele triunfante, quando a destreza daquele homem maduro comanda o meu ritmo, me diz aí,
 
por que não criaram um dia para celebrar tal acontecimento?
Quando as mãos espalmadas e viris agarram meu traseiro rijo e me sinto dominada por inteiro, pernas carnudas enlaçadas à cintura dele, quando me suspende no ar e suspende o meu ar, marquinha do biquíni feito pipa rebolante e solta no vento, refletida no espelho, quando num arremedo, sem dó, me arremata, ah, Deus do céu, como ainda não há um dia em memória a isso?
E todos os degustares e abocanhares salgadinhos, e o doce da saliva e o agridoce dos fluidos, o roçar da pele e o arranhar da barba, e a jugular pulsante, presa fácil dos dentes dele, e a minha nuca convidativa, ignorada, a reclamar atenção, e a sorte do pulso trancafiado na algema a se contorcer por piedade, por favor, por favor, o hastear da bandeira dele, o cravar no solo, conquistador versus conquistada, e o impiedoso golpe final. Se isso não merece uma data comemorativa, o que mais merecerá?
 
(  IRIS 

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

VOCE NA MINHA VIDA



Você não saiu da minha vida.
Esta  todos os dias comigo.
Quando olho as vitrines.
Quando vejo as ondas arrebentarem na praia, ou o vento movimentando a copa das arvores.
Percebo-te no cheiro da terra molhada no calor do sol, nas brincadeiras desengonçadas dos teus amigos ou quando ouso risadas de comemoração nos jogos do flamengo.
Foi um parto ao contrario você entrou pra dentro de mim e fica me dando cutucada para que eu perceba cada momento vivendo cada momento.
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um novo começo

Novo começo

Não existe um novo começo, mas uma forma diferente de continuar. No entanto á vida coloca a nossa disposição pequenos atalhos, ou sinais quase que imperceptíveis que se estivermos atentos podemos mudar e encontrar outra perspectiva de vida. A vida è como um rio que segue vencendo obstáculos com a determinação de encontrar espaços para expandir crescer e ficar forte com toda a magnitude de águas que dão vida trabalho, energia, beleza e alimentos.  Hoje eu percebo que sempre tentei um único caminho, superei obstáculos desnecessários, pois eles não eram importantes e não significavam   que ao superá-los  eu seria feliz, portanto não eram importantes apenas dificuldades que quando eu as superava ficava tão exaurida   que não conseguia perceber o tempo que perdia nesta insana procura, e nem tinha consciência do que realmente eu estava precisando.Agora resolvi tentar parar e me perguntar o que realmente quero ,dinheiro,saúde ,tranquilidade?                         Olhar o mar, observar  a vida que acontece e se modifica tão rápido, que o tempo perdido  nos tira a cada momento um pouco do que podíamos ter vivido com mais prazer. Não sei se trocando tudo que fiz e tentando uma nova forma de seguir em frente vou encontrar a paz de viver com harmonia, mas vou tentar.                                   Tenho 62 anos e sei que já vivi mais do que ainda me sobrou, mas quero ter como objetivo deixar á vida acontecer de uma forma diferente, pois não estou feliz com o que vivencio agora.           Quero ter tempo de ainda perceber a chuva deslizando e molhando a terra, quero sentir o cheiro das flores, o calor do sol e ver as cores do arco-íris      
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acorda moça bonita

Acorda moça bonita acorda
As sentinelas do tempo deixaram as portas abertas aberta                 E o arauto da vida anuncia mudanças que você não deve deixar de ouvir

Acorda moça bonita
Pois o sol que aquece e colore seu destino tem presa
E o movimento da vida não espera que seus sonhos se tornem realidade se você não estiver atenta

Acorda moça bonita
Negocie com os deuses do seu destino seu futuro com alegria
Porque a realidade da vida depende de sua sabedoria
O brilho do dia tem duração efêmera e seus sonhos precisam se realizar

Acorde moça bonita
Pois seu conhecimento esta nos sons do vento no cheiro das flores na cor do mar

Deixe seu olhar atento e seu corpo forte para os imprevistos da vida
Eu estarei te observando se precisar de ajuda, mas não poderei interferir nas suas escolhas.

Acorda moça bonita
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ESPELHO MAGICO


Olhando hoje no espelho me lembrei de você
Moça vaidosa de pele macia os olhos pintados
A boca vermelha e presilha nos loiros cabelos
Brejeira cheia de sonhos, namoradeira.
De vestido, curto azul turquesa e brincos de argola dourada.
Não senti saudade da sua beleza, sente saudade dos teus sonhos.
Dos teus desejos
Da sua coragem
Olhei-te de novo e me vi assim com um sorriso
Pois me lembrar de você, moça bonita.
Que de vez em quando aparece no espelho

Sempre me deixa feliz

terça-feira, 16 de setembro de 2014

meu tempo

 meu tempo

não é tempo de passagem é tempo parado
que só envelhece e entristece
tempo que não acontece
neste tempo eu vivo parada procurando um tempo

um pouco de tempo para me lembrar de ir esquecendo
do tempo sem você no meu tempo
as horas se transformando em dias
que sao noites antes do dia
que são mais um tempo sem você

e assim passa o tempo marcando meu rosto
encurtando meu tempo pôr aqui
e aumentando o tempo sem você

tempo que ficou parado esperando
encurtar o tempo
tempo de viver,tempo de morrer



o ultimo dia

O ultimo dia

Hoje é o ultimo dia do ano, mas não é o ultimo de nossas vidas. 
Não sabemos quantos dias ainda temos,
a incógnita é que faz a grande diferença.
Como viver o tempo que nos resta?
Solitários, acompanhados, com os amigos?
Eu vivo com a saudade, não é a melhor forma, mas é a minha realidade.
Hoje resolvi colocar um álbum de fotografias na parede.
Nele eu tenho registros de pedaços da minha vida.
Já vivi muitos dias e acredito que ainda tenho muito que viver,por isso tenho esta tristeza, por saber que você não vai estar comigo
Seu  sorriso esta estampado em cada foto da parede
pedaços de uma convivência interrompida.                                  Viver sem você não é nada bom,  mas  te-ló  na lembrança é m presente que não tem preço.
Um dia quem sabe eu consiga entender esta incógnita que é a vida, que não define quanto, nem quando será interrompida.                   E  por isso que devemos agradecer por cada momento,mesmo que depois de certo tempo, o que ficou seja apenas fotos na parede de momentos únicos que o tempo não consegue apagar de nossas lembranças
31/12/2010
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ovimento: acordando